quarta-feira, 28 de setembro de 2016

PRIMEIRO TRECHO - PASSA QUATRO A SÍTIO MOANA 23/12/2016

Acordamos razoavelmente cedo e seguimos para o café da manhã. Os alimentos servidos eram simples, apesar disso, nutritivos. Aproveitamos para fazer um lanche, caso não encontrássemos algo para comer no caminho. 



As 07h30 partíamos para mais uma expedição. 




Alguns pontos interessantes, sobre o caminho percorrido:


Serra da Mantiqueira - cadeia montanhosa que se estende por três estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seu ponto mais alto, situado na divida de MG e SP é a Pedra da Mina com 2.798m. Todas as montanhas do caminho fazem parte da Serra da Mantiqueira. 



Serra Fina - É uma seção da Serra da Mantiqueira. Situa-se em sua quase totalidade, na divisa entre os estados de MG, SP e leste alcança o estado do RJ. A Serra Fina tem um dos maiores desníveis topográficos. Seu nome provem de sua largura estreita, as vezes, inferior a um metro, ao longo de toda sua linha de crista.  É visível a partir de 8 km no caminho, do lado direito. Existem trilhas possíveis de percorrer, a pé, em sua crista. 



Pontos em destaque:
  • 5,2 km - Topo do morro - belo visual para fotos
  • 5,2 km - Corredeira d'agua a direita
  • 6,8 km - Sítio Dandore
  • 8 km - Belas paisagens da Serra Fina
  • 10 km - Capelinha
  • 13,5 km - Ponte sobre Rio Verde 
  • 13,7 km - Igreja N. Sra. Aparecida (verde)
  • 19,5 km - Bairro Boa Vista
  • 20,2 km - Recanto dos Lagos (restaurante) 

Logo no início já é possível avistar a cadeia de montanhas! Após alguns quilômetros em asfalto, viramos a esquerda, adentramos uma estradinha de terra e passamos a subir.



Filipe cuida com muito zelo das nossas bikes, por isso, o normal é estarem 'redondinhas'. Por alguma razão, a dele começou a fazer barulho. 


Irritado, por vezes parou a fim de tentar descobrir o que estava acontecendo, sem sucesso. Tentei distraí-lo, mas ele foi ficando ainda mais nervoso. Por isso, fui subindo devagar, aguardando ele de vez em quando, tentando aproveitar o caminho da melhor forma que podia. 






Como sempre, paro para mexer com todo animal que cruza meu caminho. Este burrinho parecia estar repousando no momento. 


E continuamos subindo... 




Sempre que vou viajar, leio o site de meu amigo Oswaldo Buzzo, um grande mestre peregrino que, além de muito querido, sabe descrever como ninguém o que vê e sente em suas viagens. Sobre o Caminho dos Anjos, entre outras coisas, aprendi um pouco mais sobre estes ninhos que vejo na subida. Tratam-se de ninhos do 'João Graveto', um pássaro de pequeno porte, muito comum em Minas Gerais.  



O ninho é formado internamente por camadas de penas, paina e exteriormente de gravetos. Geralmente localiza-se em árvores isoladas, nas extremidades de galhos flexíveis, que acabam por vergar com excesso de peso. Sua habitação é a preferida para ser ocupada por outros pássaros. Pelo que foi observado, o casal atua em parceria na construção da casa, que continua sendo utilizada durante todo o ano pelos dois e pela ninhada, mesmo após voar, como abrigo. Quando vejo o ninho sorrio e agradeço as excelentes explicações do 'professor' Oswaldo. 

Continuo observando com carinho tudo o que vem surgindo. Cada paisagem é um afago para o espírito e para os olhos. 






Logo passamos pelo sítio Chico Dandore (km 6), descrito no mapa do caminho. 



Após alguns quilômetros, Filipe descobriu que o barulho na suspensão não era nada grave. Problema resolvido, seguimos mais tranquilos.



Seguindo a sinalização, entramos a esquerda no km 8,6


Este trecho me lembrou muito o Caminho da Fé onde após as grandes subidas, temos também enormes descidas.


Nas fotos abaixo, é possível apreciar o maciço da Serra Fina, do lado direito


No quilômetro 10 passamos pela 'Capelinha' descrita no mapa. 


Após alguns quilômetros, avistamos uma placa de cachoeira. 


Filipe preferiu ficar na entrada, dando uma ultima ajeitada em sua bike, enquanto entrei para ver como era. A trilha é bem tranquila e tem no máximo uns 500 metros. Com o calor que estava, tudo o que queria era entrar e permanecer ali dentro da água... mas, como teria de continuar a viagem, achei melhor voltar sem realizar meu desejo. 


Uns quilômetros a frente, passamos pelo Sítio Santa Edwirges (km 11,2).


Seguimos ouvindo o barulho do riacho que corre ao lado da estradinha de terra. Este foi um maravilhoso e bucólico trecho que nos permitiu relaxar, sob a sombra fresca das árvores. 



No km 19, passamos pelo bairro Boa Vista. Aqui tem algumas casas, comércio e uma Igrejinha. 


Após alguns quilômetros, é possível avistar do alto a cidade de Itamonte.



Segue algumas curiosidades sobre a cidade:

Itamonte - O nome da cidade significa "pedra do monte ou montanha de pedra". Embora a zona urbana tenha seus encantos, é na zona ural que encontram-se grandes atrativos naturais. Sua cidade pertence a APA (Área de Proteção Ambiental) da Mantiqueira. Foi o primeiro parque criado por Getúlio Vargas, que possuía residência no local, conhecida como a Casa da Pedra ( localização: 22º22'6"S  44º44'39"W). 



Existem dezenas de cachoeiras na cidade, entre elas as da Conquista, Escorrega, Usina dos Braga e Fragaria, além de corredeiras próprias para a prática de canoagem. Ainda existe o casarão que abrigavam D. Pedro II, Conde D'Eu e Princesa Isabel. Aqui também faz parte do Caminho Velho, Estrada Real.



Pontos turísticos:



Seguimos pedalando até o centro da cidade, a fim de pegar o carimbo do passaporte da Estrada Real.



Como eram exatamente 12h00, o local estava infelizmente fechado. Aproveitamos para descansar um pouco a sombra dos coqueiros da praça Matriz e fazer nosso lanche. 



De acordo com o informativo da Estrada Real, há outros pontos de carimbo na cidade. Decidimos ir até um posto de gasolina,  que com certeza estaria aberto. Carimbamos o passaporte e voltamos para para o centro da cidade, a fim de continuar pelo Caminho dos Anjos. 


Na esquina onde seguiríamos para nosso próximo destino, havia um trailer muito legal. Paramos para conversar com o proprietário, que nos contou estar montando a estrutura para fazer parte dos pontos de apoio, da Estrada Real. Após seus comprimentos, seguimos viagem. 


Algo que sinto falta, sempre que fazemos os caminhos mineiros, é de artesanatos que levem o nome da cidade, para minha coleção de 'lembranças'. Não tem na maioria das cidades, sequer um imã de geladeira. Também é quase impossível encontrar qualquer item da Estrada Real, visto que o instituto proíbe o uso da marca para divulgação de qualquer produto. Lamento muito este fato!

Após alguns quilômetros, passamos pelo primeiro Totem da Estrada Real. 


Seguem alguns pontos de destaque do próximo trecho caminho: 
  • 2,4 km Restaurante Tomaz
  • 5,3 km Marco da Estrada Real
  • 7,7 km Vilarejo Vargem Alegre
  • 9,4 km Vista para Usina / Represa
  • 10 km Sítio Pinhal
  • 15 km Sítio Moana
Daqui para frente o caminho é todo asfaltado e sem acostamento. Neste momento não havia grande trânsito, para nossa sorte. Mas ainda assim, há placas pedindo que os motoristas zelem por nossas vidas!


Seguimos pedalando e fazendo registro de nosso caminho.


Após os 30 quilômetros pedalados hoje, passamos pela antiga Usina dos Bragas. 


Construída em estilo suíço, por alemães, era antigamente utilizada para ceder energia elétrica para os municípios de Itamonte e Itanhandu. Foi desativada em 1961, quando a CEMIG assumiu as necessidades de tais municípios. Atualmente é um dos pontos turísticos mais visitados na cidade de Itamonte e nela se pode praticar canoagem, rapel e caminhadas. É também um excelente local para a pesca, possuindo uma cachoeira maravilhosa com 100 metros de queda, onde é possível fazer o canyoning de 10 metros. Há também a casa das máquinas, da década de 30. Infelizmente não tínhamos tempo para conhecer o local mas quem sabe, se um dia voltarmos para cá de carro, o faremos!


A partir daqui o sol nos castigou muito. Pedalávamos de 'sombra em sombra', aguardávamos o corpo resfriar e continuávamos. 


De repente, o clima começou a mudar. Nuvens escuras e carregadas começaram a encher o céu. Chegamos a pensar que pegaríamos uma baita chuva de verão. Apesar de toda chuva ser bem vinda, molhar nossos equipamentos pode gerar muitos transtornos e, devido a isso, tentamos evitar ficar expostos. Sugeri que parássemos em algum lugar para nos esconder mas Filipe achou que devíamos insistir um pouco mais. Por sorte, enquanto pedalamos, o céu ficou apenas nublado, refrescando e facilitando nossa chegada no Sítio Moana... sem chuva!


O sítio é lindo do começo ao fim! Após a entrada, fazemos uma leve descida e chegamos a uma pequena ponte, sobre um riacho arborizado de água cristalina.



Há também muitos animais por aqui. Pelo que soube, Solange e Lily gostam e respeitam muito todo tipo de vida. O cavalo abaixo é o 'Passeio' que, apesar de cego de uma vista, ama ficar passeando livre pelo sítio. 


Os 30 cães resgatados, que moram por aqui, são muito bem tratados! Cada um é acomodado dentro de seu tamanho, condição física e psicológica. Até o Danilo, um cão mais nervoso, é tratado de forma muito especial ou, caso contrário, não estaria mais aqui.



Infelizmente Solange e Lily estão viajando, pois estamos no final de semana que antecede ao natal. Quem nos recebe é Catarina, vizinha das meninas, muito simpática também. 

Fomos apresentados a nossa 'morada' de hoje: Um lindo chalé!





Desde criança tenho uma grande admiração por este estilo casa! Não tenho lembrança de ter me hospedado em um chalé anteriormente, por isso, me sinto muito feliz por ter mais esta experiência. 

Tomamos banho e seguimos para a cozinha, onde Catarina nos havia preparado um delicioso lanche. Neste momento, a chuva despenca e a temperatura cai tanto que fui obrigada a colocar meu corta vento. 


Começo a ficar preocupada com o próximo trecho. Temos que fazer a subida do Garrafão, amanhã de manhã, e com lama não será nada fácil. Mas, como diz a Bíblia: 'basta a cada dia seu próprio mau'... por isso, deixo para pensar sobre o que fazer no dia seguinte. 

Depois do lanche, retornamos para o chalé e após um período de descanso, voltamos a cozinha. O jantar nos foi servido com trutas, batatas, brócolis e arroz, junto com um delicioso vinho. 



Com exceção do peixe, que infelizmente estava um pouco cru por dentro, tudo estava perfeito. 

Sobre este diaO caminho foi razoavelmente difícil, bastante subida e muito sol. Não tivemos dificuldades ou dúvidas sobre a trilha, que está bem sinalizada. O hotel Serra Azul é bem básico, servindo um café da manhã bem simples... mas, ao preço de R$ 75,00 por pessoa, se tornou muito atraente. O Sítio Moana é maravilhoso! O local não é uma pousada, recebendo apenas os participantes do  Caminho dos Anjos.  O local oferece acomodações (chalé) que é muito charmoso, destaca-se pela limpeza e a cama muitooo confortável! Além disso, com tantas refeições inclusas, acaba-se gerando um alto custo... Devido a todos esses fatores, o preço desta diária acaba sendo um pouco mais alto que os demais: R$ 120,00 por pessoa. Lembrando que não há outros locais de pernoite nas proximidadesEles nos deixaram usar a máquina de lavar gratuitamente!

Gastos: 
Hospedagem Sítio Moana R$ 240,00
Vinho R$ 50,00
Água, Gatorade R$ 10,00
Total: R$ 300,00






Fonte

2 comentários:

  1. Curti muuuuuito o relato desse primeiro dia. Curiosa para saber sobre os próximos...
    Essa característica de ser detalhista nas descrições, nos leva - quais leitores - para a cena e viajamos junto com vcs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Poxa vida, obrigada! Este é meu melhor pagamento por momentos vividos, sentidos e explanados <3

      Excluir